terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Cronica: A verdade sobre o Hamster Panda.

Nasceu Catarina, a terceira neta. Chegou desfilando sua morenice, sua cabeleira negra e bochechas rosadas. Parece com o pai? Com a mãe? Não, não parece com ninguém, como todo recém-nascido. Avô babão assumido sigo à risca minhas obrigações. Primeiro: babo, e bastante. Depois, não me meto onde não sou chamado. Isto ia bem até a página dois, quando Manuela, a primeira neta, com crises de ciúme da irmã recém-chegada, passou a “causar” na maternidade. Para distraí-la tive a brilhante ideia de levá-la a um pet shop, a pretexto de escolher um hamster cor de rosa. Pensei que conseguiria iludi-la (todos sabem que não existe hamster cor de rosa, pois não?). Santa ignorância, Batman! Depois de esgotar meu repertório de negativas, saímos do pet shop com um “hamster panda” fofuxo, acompanhado de uma parafernália de coisas (gaiola, ração, roda gigante, tubos de plásticos, bebedouro, etc.), e recomendações, muitas, da atendente. A mais importante era: não peguem no bichinho nos primeiros três dias. Curiosa, Manuela, ainda no estacionamento da loja, enfiou o dedo no buraco da caixa e... nhac! Mordeu? Será que é vacinado? Voltamos à loja. O bicho é vacinado, não tem problema. Nada que água oxigenada não resolva. Deixamos Manuela e o novo amiguinho em sua casa. Manhã seguinte, veio da maternidade uma ordem: o bebê vai chegar, sumam com este rato! Tentei explicar: não é rato, é um esquilo do deserto. Não teve jeito. Certamente a babá reclamou: eu não dou conta de duas crianças e um rato. Moral da história: o “hamster Panda” acabou em minha casa. Ganhei um amiguinho.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Tapando o Sol com a peneira.

Divulgado o resultado do Enem 2015, o governo centrou suas observações no tema da redação: “Persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. Primeiro foi o ministro da educação e, pegando carona, vem a presidente da república, afirmando que a escolha do tema foi proposital para repercutir na sociedade. Até aí, tudo bem. Este é realmente assunto para ser debatido à exaustão. Ninguém deve apoiar qualquer tipo de violência, em especial contra mulheres. Mas, o que parece ser uma justa preocupação dos responsáveis pela educação no Brasil, esconde sob o angu um baita caroço. Infelizmente, mais uma vez os governistas usam de artimanhas para manipular a opinião pública. Ao enfatizar a importância da questão, escondem outro fato lamentável: cinquenta e três mil candidatos tiraram nota zero na prova de redação. Outros quinhentos mil deixaram a folha em branco, sem escrever uma linha sequer. Parece pouco, num universo de cinco milhões de alunos, mas é fato revelador do descaso deste governo com a educação. Não vi manifestação de estudantes, de artistas ou de professores sobre o nefasto resultado. O que estão esperando, ordem do sindicato?